luzes mágicas e celestiais que chegam com os pássaros
by 21 de August de 2013
Nas noites mais frias eu passo o tempo admirando o lago em frente da minha casa. Acompanho o balet dos morcegos e seus vôos elegantes em razantes perfeitas. A natureza é uma dádiva. A razão nem tanto.
Apanho idéias das sensações. Sou arrebatado por músicas, por sonhos, por amores reais, invisíveis e tocantes. Só assim devaneio palavras que me habitarão para sempre. Soltas nas bocas que cantam … presas eternamente nas canções que soltam o grito. A liberdade é pra quem tem a manha de catar conchas na cidade.
Debaixo da cildade outras histórias. Túneis, montanhas, arquipélagos, florestas, rios e rios e rios de lágrimas, sangues e sons. No fundo … no fundo … no fundo … um lugar “aonde” os ratos jamais ousaram pisar. Debaixo dos homens … outros homens… debaixo dos outros homens … luzes.
O amor é de plástico plasma e vai embora em poções. Todos nascem com amor pleno a flor da pele …e a cada novo amor … que amamos … que ganhamos … que tocamos … que perdemos … o amor nascido pleno é amor passado a ferro e fogo. Não se pode, nem se deve perder nunca o amor de vista.
Quando eu era pequeno já me lembrava de coisas. As noites eram sensacionais. Toda vez que eu ia dormir o quarto se transformava. Via luzes, sentia movimentos incríveis, orgasmáticos, estelares, sei que vim das estrelas, do cosmos infinito de pé. Cada ano novo que chegava … as noites se tornavam mais caretas. Foi como se o encanto acabasse e só então eu comecei a sentir medo … ai eu já tinha de cinco pra seis anos. O medo quem trouxe foram os mais velhos. Medo a gente aprende e pega de adulto, ai o encanto desencanta e tende a ir embora. Foi a primeira vez que me senti abandonado dos meus amigos de outroras existências, que me deixaram sozinho com os adultos e com o medo. O amor nascido a flor da pele tem que ser cultivado para eternidade. As luzes sobressaem sempre. Elas são de nuvem e sol e se precisar … elas chovem também.
Vez ou outra essas luzinhas celestais pousam nos meus ombros e então posso saborear a plenitude da minha conexão ancestral com as estrelas. Assim reestabeleço minha natureza com a natureza terrena. Vivo toda a mitologia do cosmos com os pássaros. Com seus vôos dilacerantes, plumagens graciosas e exuberantes, sem falar nos cantos místicos e inatingíveis … os pássaros encenam no terreiro celestial a maior peça de todos os tempos. Os Vôos líricos. O canto de Ossanha. Os pássaros são o meu portal para viver as noites em que ia dormir com luzes coloridas astrais piscando e sentia cores orgasmáticas inexplicaveis. O medo é cada vez menor e o amor uma poção inexgotável. Não tenha medo.
Uma canção abduzida para brindar os Pássaros
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