A Saga das Traíras Pré-Históricas contra os Modernos, mas nem tanto, Peixes Black Bass

26 de setembro de 2012

 
Escrito automaticamente no dia 07 de Setembro de 2012
Depois de tragos, tragadas ou melhor: drinks & afins!
Pesco initerruptamente há uma semana. Hoje, porque é sexta-feira e estou pescando, tomei a liberdade de fazer uso de substâncias alterantes do estado de espírito.  Alterado, fui ver se tinha pego uma Traíra e tive um daqueles insights dos bons, que pouquíssimas  coisas na vida podem te proporcionar, como um belo sonho ou uma boa trepada.
O insight foi tão maluco que mudou radicalmente minha disciplina no inicio da noite. O planejado era:
1- recolher as varas (não peguei nenhum peixe essa noite)
2- arrumar a caixa de pesca;
3 – colocar as iscas no congelador;
4 – tomar um bom banho;
5 – jantar;
6-  Ir para o computador divulgar os shows de setembro;
Parei no  item 3 (colocar as iscas  no congelador), ou seja, deixei as iscas congelando e vim para o computador trazendo comigo meu pequeno cantil com redlabel.
No som rola Connan Mockassin. Mas na hora que eu tive meus sentidos alterados para o lado sem lado estava escutando em frente ao lago o disco Tangerine Dream da banda sessentista Kaleidoscope. Foi a bordo de suas canções impulsionado anteriormente por canções do Surrealist Pillow do Jefferson Airplane que definitivamente minha relação com os peixes do lago tornaram-se mais passionais.
Aqui o som deles :
http://www.youtube.com/watch?v=0dQOJ657ptE
Como disse, estou há uma semana pescando todo santo dia. Comecei na sexta passada, dia 31 de Agosto e terminei hoje, dia 07 de Setembro. Estou no interior de São Paulo. Minha família vive agora numa casa em frente a um lago. O mesmo lago que há pelos dois anos tenho frequentado quando venho pro interior. São dois lagos. Agora estou dormindo na frente de um deles.
Dormir há alguns metros do lago foi muita covardia, tipo, estava namorando os tais lagos e agora literalmente casei com eles ( bom que são dois), tipo casamento poligâmico. Mas voltando para a terra, ou melhor para os lagos.
Na sexta do dia 31 pro dia 01 de Setembro tive sorte: Deixei as linhadas e varas armadas durante a madrugada e quando acordei seis e meia da manhã vesti minha roupa de pesca e desci pro lago. Duas bitelas fisgadas. A primeira levou a isca pra borda do lago eu vim trazendo a bicha e ela pulava alto, traira grande, fez um show até a linha chegar perto do barranco, caprichosa, a traíra se soltou do anzol quando bem quis, ou seja, quando ia finalmente ia tirá-la da água.
Já com a outra linhada dei sorte, vim trazendo a bruta numa boa, a bicha também deu trabalho mas em pouco tempo estava em meus braços. Admirei a bichinha, tirei o anzol e soltei de volta pro lago.

 
 
 
 
 
 
 
 
Tomei essa atitude insana por conta que agora é a época da desova das Traíras e  confesso que eu gosto muito delas. Gosto de pescá-las da forma antilga, ou seja, iscando um peixe pequeno, que tem que pegar antes, esse peixe pequeno, por sua vez, tem que ser pego com minhoca, pão ou bicho de laranja. Sou apaixonado pela carne da Traíra , gosto soborealá-as cortadas em fatias e fritas na frigideira empanadas na farinha de trigo. Como  eu quero continuar pescando elas pelo resto da vida ou seja, bota mais cinquenta anos ai … solto as traíras que pesco nessa época do ano e infelizmente, o que eu posso dizer agora, nessa altura do campeonato, é que só isso,  atualmente não basta para preservar essa tão estimada espécie no lagos aqui do bairro.
Como gosto muito das trairas, já disse e ressaltei … ao mesmo tempo … esses dois lagos há alguns anos andam frequentados pelos Black Bass, um peixe gringo, que a galera da pesca esportiva, tipo, caras que pescam mas que soltam o peixe na sequência, adoram pescar, esse peixes foram soltos no lago por alguns amantes da pesca esportiva. Só que agora, esses peixes esportivos competem em espaço agora com as traíras pré-históricas, enfim, uma Guerra Civil Subterrânea assola o lago.
De um lado as velhas traíras que vieram parar nos lagos a bordo dos bicos da andorinhas, quero-queros e patos do mato. Do outro, os Black Bass trazidos pelas mãos dos aficionados por pesca esportiva. O equilibrio natural do lago, foi quebrado, os lambaris desapareceram. Sobram Blackbass de todos os tamanhos que se alimentam das mesmas coisas que as traíras.
Decidi então, contaminar meus primos e amigos Pescadores do lago e declarei a semana BlackBass. Mas o que seria essa semana Black Bass, Black Bass pescado é Black Bass frito no panela. Alguns Pescadores compraram a idéia da semana e mandaram brasa, quer dizer, os peixes gringos pra brasa.
A Semana Black Bass entrou em vigor na quarta feira, quando descobri que estava usando a tática errada para pescar peixes pequenos agora que o lago está mais raso por conta da estiagem.
Peguei um vara para pescar Tilápia , coloquei duas vezes mais linha e isquei com minhocas. Primeiro peguei duas tilapias médias que viraram isca pra peixe grande. Depois peguei dois BlackBass na mesma vara com minhoca. Vi que o Blacks começaram a bater na minhoca, e fiz a rapa, pesquei 5, todos de tamanho considerável. Levei os peixes para casa, limpei, cortei, e passei para minha mãe preparar na janta, muito bem fritos.
Não preciso dizer que ficaram ótimos, até tomei coca-cola com gelo pra acompanhar (ultimamente só tenho tomado suco). Comi peixe por dois dias e dei uma força boa para o lados das traíras. Mas a história, caros colegas de pesca, ou não, continua logo mais … porque a semana Black Bass chegou aos ouvidos da galera radical da pesca esportiva … ai já viram … senta que lá vem lamento.

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